sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Programa A Liga - História do Paulo - 13

Olá pessoal!

Essa semana eu vi uma chamada na televisão do programa A Liga, da Band que me chamou à atenção, infelizmente, na terça não puder ver o programa, mas, graças a nossa tecnologia atual, se você perde um programa, horas depois ele já está disponível na internet e cá estou eu, no site da Band assistindo o programa.

A verdade é que o programa é uma espécie de continuação, por isso, tive que ir voltando e assistindo os vídeos anteriores para poder "pegar" tudo desde o começo.

Tudo começa com uma matéria sobre o CRACK no dia 21/06, no início da reportagem, aparece os apresentadores falando sobre a droga, começam citando os outros nomes dados ao crack, que ela é a terceira droga mais consumida no país, que hoje, mais de 1 milhão de pessoas são consideradas dependentes de crack, depois, explicam os efeitos da droga e falam que a cada dez dependentes, somente dois conseguem se recuperarem do vício e então a matéria começa.

O apresentador Rafinha Bastos vai ao encontro de um dependente, de um usuário, seu nome é Paulo, tem 22 anos e atende pelo apelido de Treze.

Paulo está há 6 anos vivendo a realidade das drogas e permitiu que o programa acompanhasse a sua rotina durante 24horas.

Para sobreviver (porque sabemos que quem está nesse mundo não vive, apenas sobrevive) ele faz grafite, tatuagens e quadrinhos, na reportagem mostra um dos trabalhos dele de grafite e acreditem, o rapaz tem talento. O valor que ele recebe por cada trabalho varia entre R$ 5,00 e R$ 15,00 e ele assume que o dinheiro é para consumir a droga e quando o Rafinha pergunta para ele quantas vezes ele come no dia ele responde:
- Eu só tomo o café da manhã. E depois complementa - O crack tira a fome né.

A reportagem continua, Treze e Rafinha caminham até chegar em uma oficina mecânica. O dono, pergunta à ele se ele não quer se tratar e ele responde que não ( mas é claro, o que a vida oferece à ele sem as drogas? Nada e nada por nada, ele continua em algo que lhe dá prazer, quem está nesse vício, não tem perspectiva nenhuma, por isso se torna difícil a tarefa de tirar das ruas um D.Q), logo depois o mecânico diz ao Rafinha que ele é o único nóia que eles gostam e a explicação é clara, ele não rouba.

Eles continuam caminhando e o Rafinha pergunta para ele se ele lembra qual foi a primeira droga que ele usou e ele diz que foi o mesclado ( mistura da maconha com outras substâncias, dentre elas o crack) e que ele tinha dez anos, ele fala que os sintomas foram o corpo formigando, tremendo e ele diz que gostou, mas que decidiu não usar mais, até o dia seguinte, que não aguentou e usou novamente.

Fazem mais uma parada, na padaria, onde ele ganha todos os dias o seu café da manhã, com pão e leite e nesse dia tinha em uma sacolinha que ele havia ganho da padaria, um sonho e  mais uma rosquinha de doce de leite.

Tem um trecho da reportagem em que ele e o Rafinha pegam o onibus e quando descem, o Treze se dá conta de que está sem a sua sacolinha com as tintas que ele usa para pintar, que logo no início da reportagem ele fala que anda com ela o tempo todo, são quatro potinhos de tinta e um pincel, o Rafinha ainda alcança o onibus mas descobrem que não foi lá que o Treze esqueceu e sim no ponto de ônibus e então o Rafinha fala de voltar lá, porque se não , como ele vai trabalhar e ele diz que não vai voltar que pior seria F*** se ele perdesse a mão dele no "busão" ou o braço. Nesse momento eu pensei, " meu Deus, se fosse outro já estaria reclamando e pragmatizando, mas para alguém que não tem expectativas e nem perspectiva, o fato em si se torna pequeno".

Paralelo à essa reportagem, o Thaíde, também apresentador do programa, vai até uma clínica de recuperação conversar com um D.Q. em recuperação e que hoje trabalha na clínica, a história dele não é muito diferente das que nós conhecemos, ele começou também com maconha e mesclado e logo estava no crack, a reportagem também foi emocionante, mas, foi acima de tudo motivadora e inspiradora, a prova de que a recuperação é possível.

Em um determinado momento, o Thaíde pergunta à ele como é que ele conseguiu se livrar do vício depois de ter feito tanta coisa (relatada na reportagem) e ele respondeu que foi com ajuda, que se não tivesse sido internado ( a família fez intervenção) ele teria morrido.

Quero alongar mais nesse texto, porque ele foi categórico ao dizer que se não fosse a intervenção, ou seja, internado contra a vontade, ele estaria morto, então ele é mais uma prova de que algumas vezes, a internação à força pode ser válida sim, se for bem trabalhada, pode até salvar vidas.

Voltando para o Rafinha com o treze, eles estão indo em direção à um lugar onde o Treze vai fazer uma pintura no muro de um comércio, lá, ele adianta o pagamento de R$ 10,00 e vai comprar a sua droga, começa então o ponto crucial da reportagem. Ele vai buscar a pedra enquanto o Rafinha o espera, por uma questão de segurança para ambos, minutos depois ele volta, eufórico e conduz o Rafinha até um esconderijo no campinho de futebol do bairro, vou deixar de lado os comentários a respeito das condições do local e vou pular para a cena dele, o Treze fumando o seu cigarro de crack, porque ele prefere o cigarro do que o cachimbo, a sua fisionomia já está alterada e nada mais do que o Rafinha fala parece ser absorvido por ele, a cena é impressionante.

Alguns minutos depois, ele se levanta e fala que vai terminar a pintura. E assim vai o dia toda, ele "corre" o dia todo em um pique que se não fosse pela vontade da droga, dificilmente teria, ele começa um serviço, vai para outro para conseguir mais dinheiro, vai fumar em outro lugar, chega um momento em que a equipe chega a ser sutilmente ameaçada por estar filmando e tudo mais.

Entre essas correrias, ora ele fala que gostaria de parar e ora ele fala que gosta da droga, ora mostra ele até sorrindo e ora totalmente alterado e irreconhecível. Tem uma parte que ele conversando com o Rafinha, diz que ele não teve capacidade de encarar os problemas de frente, que ele foi covarde.

A reportagem faz uma pausa por volta das três da manhã, com o Rafinha visivelmente exausto, ele estava acompanhando o Treze desde as oito da manhã, e o treze havia consumido entre 7 e oito pedras, até que ele foi para o papelão dele dormir, e no dia seguinte, o Rafinha voltou lá por volta das 8:30, ele estava em seu papelão e disse que queria uma casa de recuperação, a reportagem termina com ele indo para a padaria, para mais um dia...

Embora seja uma reportagem forte, devido às imagens do Treze sob o efeito da droga, acho que vale a pena ver, porque esse rapaz representa a esperança, ele não rouba, é querido por todos da região ( o que de certa forma atrapalha um pouco, porque todos acabam ajudando ele, dando dinheiro e ele vai direto para a biqueira), enfim, eu me emocionei com a história e peço para quem assistiu ou assistir, que deixe aqui um comentário, se foi só eu que simpatizei por esse rapaz e pela a história dele.

Faço uma observação para dizer que o que mais me comoveu e o que me incentivou a fazer essa postagem foi justamente ver que ainda há pessoas boas, essas pessoas, como o mecânico e o dono da padaria, o ajudam, o aconselham e o incentivam a sair dessa vida, mesmo que de uma certa forma essas pessoas contribuam com o vício dele, não vou falar disso, ressalto apenas a bondade dessas pessoas.

O link da página do programa é esse, nele tem os vídeos, acontece que está faltando o vídeo 6 e por isso eu procurei e vi no You tube http://www.band.com.br/aliga/conteudo.asp?id=100000440347&m=2c9f94b530b28b780130b55998ad042d#Episodio



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3 comentários:

  1. No final o "13" disse que queria uma clínica, ele queria ajuda.. Nem sabemos onde ele está hoje, espero que esteja bem, parece ser um cara gente boa. O Rafinha tem uma imagem muito forte e poderia ter usado essa influencia pra ajuda-lo. Lamentável!

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  2. Boa tarde... O programa ajudou ele, ele foi internado e se recuperou, engordou, ficou lindo, continuou com o trabalho de tatuador, ganhou da clinica todo material necessário para fazer suas tatuagens... Isso tudo na mesma época que passou o programa... cerca de uns 3 meses depois o programa mostrou ele recuperado e voltando pra casa... Hoje eu não sei como ele esta, vivo procurando na internet pra ver se tem noticias dele... mas na época o Rafinha ajudou sim... ;)

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  3. Eu assisti e me emocionei também. Aquela reportagem, se fosse da Globo, já teria ganho "mil" prêmios. Deu pra despertar em todos nós, a esperança.

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